segunda-feira, setembro 11, 2006

Lavoura Arcaica

Alguns acontecimentos são capazes de nos trazer ar fresco aos pulmões quando tudo levava a acreditarmos que o sufocamento era certo. Um destes acontecimentos me atingiu no peito e na cabeça com muita força; foi um impacto revigorante... Um filme... Classifico-o como acontecimento, pois é mais do que um objeto/obra, é muito mais do que o que se costuma chamar de cinema. Possui aura, e sobrevive em nós após o fim da projeção.

O diretor Luiz Fernando Carvalho conseguiu transpor para a tela o texto denso e incrivelmente belo de Raduan Nassar. Em cima da arte escrita, criou arte imagética e sonora. Dizer que foi feita uma excelente adaptação do livro para o filme seria injustiça com a equipe do segundo, que deu a luz a uma nova obra artística - não fizeram, apenas, uma mera transposição técnica competente.

Estou atrasado em minha crítica, que deveria ter sido escrita em 2001, ano de lançamento do filme. Mas só tive contato com o mesmo ontem à noite. Esta é a vantagem da arte verdadeira e imperecível, que não se acaba no momento do consumo – pois não se deixa consumir: anos após seu lançamento, continua tocando mentes e enchendo pulmões de ar fresco.





Ficha Técnica
Título Original: Lavoura Arcaica
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 163 minutos
Ano de Lançamento (Brasil):
2001
Site Oficial: www.lavouraarcaica.com.br
Estúdio: VideoFilmes
Distribuição: Riofilme
Direção: Luiz Fernando Carvalho
Roteiro: Luiz Fernando Carvalho
Produção: Luiz Fernando Carvalho
Música: Marco Antônio Guimarães
Fotografia: Walter Carvalho
Direção de Arte: Yurika Yamasaki
Figurino: Beth Filipecki



seta3.gif (99 bytes) Elenco
Raul Cortez
Selton Mello
Juliana Carneiro da Cunha
Leonardo Medeiros
Mônica Nassif
Christiana Kalache
Caio Blat
Renata Rizek
Simone Spoladore
Pablo César Câncio
Leda Samara Antunes





THORPO

3 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom!
Instigou-me a vontade de apreciar essa obra!

Pedro Sangirardi disse...

Não vi o filme, vou ver se alugo. Abração

Anônimo disse...

Li o livro que deu origem ao livro no ano de 2000 e me encantei com o estilo da escrita que, vir a saber mais tarde, chamam de "fluxo de consciencia". Paragrafos intermináveis, poucos pontos, pensamentos, imagens, lembranças e sensações que se sobrepõe.

Quero muito ver este filme desde que saiu, em 2001. Lembro que da reportagem que saiu na época e que finalizava com a seguinte frase: uma experiencia radical.

Uma pena eu ser tão relapsa com a sétima arte...

um grande abraço