Alguns acontecimentos são capazes de nos trazer ar fresco aos pulmões quando tudo levava a acreditarmos que o sufocamento era certo. Um destes acontecimentos me atingiu no peito e na cabeça com muita força; foi um impacto revigorante... Um filme... Classifico-o como acontecimento, pois é mais do que um objeto/obra, é muito mais do que o que se costuma chamar de cinema. Possui aura, e sobrevive em nós após o fim da projeção.
O diretor Luiz Fernando Carvalho conseguiu transpor para a tela o texto denso e incrivelmente belo de Raduan Nassar. Em cima da arte escrita, criou arte imagética e sonora. Dizer que foi feita uma excelente adaptação do livro para o filme seria injustiça com a equipe do segundo, que deu a luz a uma nova obra artística - não fizeram, apenas, uma mera transposição técnica competente.
Estou atrasado em minha crítica, que deveria ter sido escrita em 2001, ano de lançamento do filme. Mas só tive contato com o mesmo ontem à noite. Esta é a vantagem da arte verdadeira e imperecível, que não se acaba no momento do consumo – pois não se deixa consumir: anos após seu lançamento, continua tocando mentes e enchendo pulmões de ar fresco.
Ficha Técnica
Título Original: Lavoura Arcaica
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 163 minutos
Ano de Lançamento (Brasil): 2001
Site Oficial: www.lavouraarcaica.com.br
Estúdio: VideoFilmes
Distribuição: Riofilme
Direção: Luiz Fernando Carvalho
Roteiro: Luiz Fernando Carvalho
Produção: Luiz Fernando Carvalho
Música: Marco Antônio Guimarães
Fotografia: Walter Carvalho
Direção de Arte: Yurika Yamasaki
Figurino: Beth Filipecki
Elenco
Raul Cortez
Selton Mello
Juliana Carneiro da Cunha
Leonardo Medeiros
Mônica Nassif
Christiana Kalache
Caio Blat
Renata Rizek
Simone Spoladore
Pablo César Câncio
Leda Samara Antunes
3 comentários:
Muito bom!
Instigou-me a vontade de apreciar essa obra!
Não vi o filme, vou ver se alugo. Abração
Li o livro que deu origem ao livro no ano de 2000 e me encantei com o estilo da escrita que, vir a saber mais tarde, chamam de "fluxo de consciencia". Paragrafos intermináveis, poucos pontos, pensamentos, imagens, lembranças e sensações que se sobrepõe.
Quero muito ver este filme desde que saiu, em 2001. Lembro que da reportagem que saiu na época e que finalizava com a seguinte frase: uma experiencia radical.
Uma pena eu ser tão relapsa com a sétima arte...
um grande abraço
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