Introdução
Neste artigo, pretende-se examinar alguns aspectos da, muitas vezes tensa, relação entre mídia e força policial, no Rio de Janeiro. Isso será feito por meio da análise das notícias e artigos de opinião, publicados no jornal O Globo, que trataram da ação da polícia civil carioca da qual resultou a morte do traficante Erismar Rodrigues Moreira, o Bem-Te-Vi.
O criminoso ganhou projeção na imprensa devido ao seu envolvimento com jogadores de futebol famosos e ao seu comportamento exibicionista (uso de armamentos dourados e muitas jóias), tornando-se “o traficante mais procurado do Rio”. As matérias que denunciavam conversas telefônicas entre as celebridades esportivas e Bem-Te-Vi foram publicadas na revista Isto É em agosto de 2005; cerca de dois meses depois, na madrugada de 29 de outubro, a polícia executou a chamada Operação Tróia matando o traficante, que comandava o narcotráfico na favela da Rocinha.
A principal hipótese trabalhada aqui será a de que algumas ações policiais têm como principal objetivo sua aparição na imprensa. Isso serviria para construir uma imagem pública de eficiência do Estado, na tentativa de compensar suas dificuldades em combater a violência urbana. Uma imagem positiva para se contrapor à realidade negativa. Um artifício espetacular para desviar nossa atenção da inépcia do poder público em lidar com a realidade dos problemas sociais.
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